Eu não sou um pênis: Relato sobre hiperssexualização

30/03/2017

"Decidi escrever esse texto por querer externar algo que todos os homens negros gays entendem, a hiperssexualização. Carnaval passou e os nossos corpos continuaram feridos pós festa, meu corpo continuou ferido. Fui desumanizado, ridicularizado, tocado e violentado. Não me enxergaram como pessoa, como homem, mas como um pau, um pau ambulante.

Eu tenho 22 anos, moro na Fazenda Grande do Retiro, mas não vou externar meu nome e quem sou porque nem todos sabem da minha sexualidade. Ainda moro com meus pais e sou desempregado, muitas coisas em jogo. Estou sendo acompanhado por psicológos mas esse carnaval me fez retroceder muito como pessoa.

Fui para o carnaval 2 dias e nos dois, só vi homens gays brancos colocando meu corpo a ser tocado. Me senti muito mal com aquela situação. Em um certo momento, 2 rapazes brancos começaram a pegar em minha bunda como se eu fosse um brinquedinho para eles tocarem. Eu consegui agir e sair daquele lugar, mas mesmo assim fiquei assustado com a forma que tratam nossos corpos.

Eu precisava desabafar

Eu sou muito mais que um pênis." Autor Desconhecido

É muito triste percebemos como o processo de racismo age com os nossos corpos, nos ridicularizam, hiperssexualizam e nos colocam como objetos, no caso das mulheres isso fica mais evidente devido a estrutura patriarcal. Entretanto os homens gays, também passam por esse processo de hiperssexualização de forma pesada. 

É triste e muita das vezes invisibilizam as denuncias, mas precisamos nos colocar contra esses tipos de situações e cada vez mais enfrentá-las.

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